E os tucanos abraçam os carlistas

Até que demorou, mas não houve jeito. Com a proximidade da eleição presidencial, o tucanato baiano não teve como fugir e, em um acordo costurado pessoalmente pelo governador paulista, José Serra (que precisa de pelo menos um palanque forte no Nordeste para disputar a presidência), acabou abraçando, com pompa e circunstância, o blocão carlista – os Democratas, ex-pefelistas, antigos seguidores do senador Antonio Carlos Magalhães.

O acordo, fechado em um grande almoço na segunda-feira (15), foi considerado “histórico” pelos envolvidos. Não deixa de ser. É o primeiro entre os blocos no Estado, apesar da grande parceria desenvolvida entre PSDB e DEM no âmbito federal desde os tempos de FH.

No Brasil, durante aquele governo, o PSDB representava o que hoje é o PT. O DEM (ou o PFL, naquele tempo) era o “fiel escudeiro”, ou o PMDB da época. E a parceria funcionava por quase todo o País.

Na Bahia, porém, não era assim. O PFL de ACM dava as cartas. Aos outros partidos – todos os grandes, pelo menos –, restava a oposição. Além disso, o PSDB não tinha peso político no Estado.

E foi assim até a última eleição estadual, em 2006, que elegeu o petista Jaques Wagner, contrariando todos os institutos de pesquisa. Wagner contou com o apoio de PMDB, de PSDB, de PPS, de PSB, de PDT e de todos os partidos de alguma projeção, tirando, obviamente, o PFL. A ressaltar que os tucanos conseguiram eleger, naquele pleito, apenas um deputado estadual – que, aliás, está pedindo a desfiliação por causa do acordo com o DEM.

Segundo um dos fundadores do PSDB no Estado, presente ao almoço, o acordo entre os partidos tornou-se viável por causa da morte do senador, em 2007. Para ele, com ACM, a Bahia vivia uma fase de “pré-democracia”, o que impedia alianças. Agora, acredita, o ex-PFL – o Democratas – virou um partido de fato democrata. Então, tá...

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